Professor explica como a Revolução Industrial alterou o sistema de produção

A Revolução Industrial marca a transição do trabalho artesanal para a produção em série

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Revolução Industrial 


Evolução do trabalho artesanal para o trabalho fabril
No interior da sociedade feudal começou a germinação de um novo modo de produção: o Capitalismo, caracterizado pelas relações assalariadas de produção e pela propriedade privada dos meios de produção nas mãos da burguesia. Os críticos o descrevem como um sistema econômico gerador da exploração institucionalizada da mais-valia.

No Feudalismo, modo de produção anterior ao Capitalismo, a economia girava em torno da terra e o trabalho rural se constituía a principal fonte de riqueza social. A produção estava voltada para a satisfação das necessidades imediatas das pessoas e não eram prioridade o comércio e o lucro. As cidades eram precárias e predominava o pensamento religioso, guia da vida da maioria das pessoas.

Etapas do desenvolvimento capitalista
A partir do século XI, o processo de desenvolvimento do comércio e das cidades contribuiu para o surgimento da burguesia como nova força social. Nesse contexto, a participação de trabalhadores livres assalariados na vida econômica começou a crescer.

Do século XI ao XV, período denominado de pré-capitalista, predominava o trabalho artesanal e a servidão nos campos europeus. Os artesãos eram donos de suas oficinas, ferramentas e matérias-primas. Trabalhadores independentes vendiam o produto de seu trabalho, mas não seu trabalho.

No Capitalismo comercial ou mercantil, entre os séculos XV a XVIII, embora predominasse o artesanato, expandia-se o assalariamento. A maior parte do lucro estava concentrada nas mãos dos comerciantes e intermediários, e não nas mãos dos produtores.

A partir do século XVIII até o XX, fase do Capitalismo industrial, firmou-se o trabalho assalariado, comprometendo o trabalho artesanal e estabelecendo uma nítida separação entre os que eram possuidores dos meios de produção e os que tinham apenas a força de trabalho. Era a separação entre capital e trabalho.

No século XX, o sistema bancário e outras instituições financeiras passaram a controlar as atividades econômicas. Estava em evidência o Capitalismo financeiro.

Finalmente, a globalização, o crescimento do setor de serviços, a evolução dos meios de comunicação, a intensificação da informática, a automação crescente da produção e o desenvolvimento da indústria de alta tecnologia passaram a caracterizar, já desde o século XX, o Capitalismo pós-industrial.

A Revolução Industrial
Podemos afirmar que a Revolução Industrial impactou de maneira bastante significativa nos vários aspectos da vida das sociedades, a saber: foi uma revolução econômica, pois alterou profundamente a organização do trabalho; no plano político, elevou a burguesia a uma posição de domínio em relação à nobreza; esteve fortemente ligada ao desenvolvimento científico, beneficiando-se de uma série de novos inventos e da ampliação do domínio do homem sobre a natureza.

A introdução da máquina no processo produtivo deu uma nova dinâmica ao trabalho. A fábrica possibilitou o incremento da produtividade, gerando o controle da produção e a fiscalização de perto da qualidade do produto. A produção passou a ser organizada, ficando a fabricação de cada mercadoria dividida em etapas, num processo conhecido como produção em série, na qual o trabalhador ficava concentrado em uma única atividade, especializando-se na mesma e aumentando a produção. Dessa maneira, com mercadorias produzidas por meios mais baratos, era possível o aumento da margem de lucro.

Além de terem modificado o processo produtivo, as fábricas modificaram também a paisagem e as relações de trabalho e estavam diretamente relacionadas ao desenvolvimento das grandes cidades e ao aglomerado de pessoas em torno das mesmas, provocando, em muitos casos, o que podemos chamar de desequilíbrio ambiental.

O vapor, empregado como força motriz nas máquinas das fábricas, marcou a passagem da produção artesanal domiciliar para a produção em grande escala. Para o trabalhador, essa situação significou o processo de alienação do trabalho, que poderia ser traduzido como a perda gradual do controle de suas atividades. Tal controle caberia agora aos técnicos, sob o comando de empresários. A atividade do trabalhador passou a ser apenas uma pequena etapa da produção geral. Se antes, no artesanato, ele tinha o domínio sobre o produto final do seu trabalho, agora não o tem mais.

Questões sociais
No aspecto social do contexto da Revolução Industrial, surgiu o proletariado, classe social formada pelos trabalhadores das fábricas e dos transportes. Com o objetivo de aumentar os lucros, os industriais procuravam pagar sempre o menor salário possível, enquanto exauriam a capacidade de trabalho dos operários. Em função dos baixos salários, crianças e mulheres também eram obrigadas a trabalhar, recebendo remunerações ainda mais humilhantes que os homens. As jornadas de trabalho eram longas, chegando a dezoito horas diárias e as instalações das fábricas eram péssimas, prejudicando em muito a saúde dos trabalhadores.

A consequência de toda essa exploração foi o surgimento das lutas entre operários e empresários. Durante muito tempo, as relações de trabalho não foram regulamentadas. Não havia férias remuneradas nem aposentadoria. Multas e descontos eram impostos constantemente aos trabalhadores por faltas simples cometidas. Assim, desde o início da Revolução Industrial aconteceram revoltas e manifestações dos operários.

Uma delas foi a quebra de máquinas, promovida pelos luditas na Inglaterra, a partir de 1811. Tratava-se de um movimento de protesto dos trabalhadores que invadiam e destruíam máquinas que, segundo os mesmos, retiravam seus empregos e impunham condições desumanas de trabalho. Do nome do líder do protesto, Ned Ludd, teria surgido a expressão ‘ludismo’ para o movimento.

Essa nova realidade gerou o surgimento de várias teorias sociais: algumas com o objetivo de justificar a organização da sociedade industrial do ponto de vista dos capitalistas e outras, identificadas com os interesses operários, objetivando denunciar a exploração do trabalhador pela burguesia e em defesa de uma sociedade livre e justa.

O Liberalismo econômico de Adam Smith, Thomas Morus e David Ricardo representava a corrente de pensamento legitimadora da sociedade industrial. Por outro lado, o Socialismo Utópico de Sanit-Simon, Proudhon, Charles Fourier e Robert Owen e o Socialismo Científico de Karl Marx e Friedrich Engels saíam em defesa da classe operária.

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