Cantador Santanna é o convidado de Fernanda Bérgamo na aula de redação

 O mercado mais antigo do Brasil tem as cores e a cara da gente; sons típicos do nosso Estado, e há palavras que só se ouvem aqui em Pernambuco

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A linguagem no texto dissertativo

Será que a linguagem a ser usada na dissertação dependerá do produtor do texto? A resposta é simples e direta: não. O rigor da linguagem poderá fazer a diferença em textos elaborados para provas como ENEM, vestibulares e concursos. Claro que cada escritor tem um estilo próprio, mas a linguagem deve ser culta, formal, evitando algumas falhas bem comuns encontradas em muitos textos que recebem notas baixas. Observe algumas a seguir:

1- Linguagem oral
Nem sempre a linguagem que usamos para conversar pode ser passada para a redação. Evite expressões típicas da oralidade como “né” e “ok”. Isso também vale para as gírias. Nada de usar “ficar ligado”, “irado”, “sacar”.

2- Linguagem rebuscada
Exagerar no vocabulário também prejudica a nota. A linguagem formal não deve ser confundida com linguagem complicada. O texto perde a clareza e a fluência ao apresentar um rebuscamento desnecessário. Texto simples é texto eficiente.

3- Uso de clichês e provérbios
Sabe aquelas expressões bem conhecidas, já desgastadas pelo uso excessivo como “colocar tudo em pratos limpos” e “a união faz a força”? Devem ser evitadas porque revelam falta de originalidade.

4- Citação
Quando bem empregadas, as citações, sem dúvida, enriquecem o texto. Evite as muito conhecidas que já se transformaram em clichês como “Brasil, mostra a tua cara” de Cazuza, ou “Só sei que nada sei” de Sócrates. E só utilize a citação se ela tiver uma relação clara com o tema.

5- Internetês
Não é nada interessante utilizar a linguagem do MSN, Orkut e chats. Você não é “vc”, beijos não é “bjus”, hoje não é “hj”.

6- Regionalismo
Você – pernambucano – não deve achar que seu corretor tem obrigação de saber o que significa “borocoxô”, “aperriado”, “danou-se”, “fazer o rapa”, “muxoxo”... Como as gírias, as palavras e expressões regionais não devem marcar, desnecessariamente, presença em seu texto.

Uma dica: Dicionário Cultural de Pernambuco do escritor, dramaturgo e historiador Adriano Macena. Com 15 mil verbetes, seu objetivo é registrar a variedade da nossa cultura.

7- Estrangeirismos
Se existe a versão em nossa língua, por que usar o estrangeirismo? De fato, no mundo globalizado, a incorporação de palavras estrangeiras é um processo natural em todas as línguas. Mas, em lugar de “surf” e “nylon”, não custa registrar surfe e náilon, não é verdade? Entretanto não é errado usar site, show e e-mail já que são termos completamente aclimatados ao português brasileiro.

8- Neologismos
O político corrupto imortalizado por Dias Gomes é um personagem muito divertido e atual. Odorico Paraguaçu de O Bem-Amado marcou o imaginário nacional com seus interessantes neologismos: “aforamente”, “apodrecento”, “Chegando aos finalmentes”, “emboramente”, “puxa-saquista”, “talqualmente”... Pode ser engraçado na ficção, mas neologismos, em textos formais, não são bem-vindos.

Em síntese, escreva seu texto com a mesma preocupação que você tem ao escolher uma roupa para sair. Você, certamente, pensa na adequação à ocasião, ao ambiente e ao objetivo do evento, não? Ou você se veste para ir à praia como se vestiria para ir à igreja? Tenho certeza que não. Então, tudo bem ser informal no bilhete que você deixa em casa para avisar que vai chegar mais tarde, mas seja adequado e elegante na redação de sua prova. Boa redação para você!

FONTE: PE360 GRAUS

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