A lição do professor Fábio Medeiros é aprender a perder para poder ganhar
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Violência
Segundo a filósofa Maria Lúcia de Arruda Aranha, "é comum identificar a violência a atos explícitos de uso da força física que atingem as pessoas no seu cotidiano, tais como roubos, seqüestros, assassinatos e, em dimensões coletivas, a guerra e a ameaça onipresente do terrorismo. No entanto, há outras expressões de violência que não nos aparecem tão às claras, e que por isso mesmo supõem uma conscientização maior dos indivíduos.
Por exemplo, a violência oculta, que resulta da sociedade injusta porque incapaz de distribuir suas riquezas materiais e simbólicas de maneira mais eqüitativa. E também os arraigados preconceitos, herdados desde a infância e que provocam a segregação de grupos inteiros. A constatação dos tipos de violência que nos atingem nos remete para uma reflexão sobre o desejo de paz. Não a paz imposta pela força, "a paz dos cemitérios", mas aquela que é fruto da concórdia: a paz construída por todos".
Podemos assim afirmar que, para Aranha (1997), quando falamos em violência, logo pensamos em crimes como homicídio, estupro e roubo, seguido de morte, que são exemplos de "violência vermelha" ou sanguinolenta. Poucos se preocupam, no entanto, com a "violência branca", muito mais sutil, porque não "salta à vista", passa despercebida como se apenas resultasse da "ordem natural das coisas" e não da ação intencional.
Esse tipo de violência ocupa, há algum tempo, lugar de destaque nas manchetes da mídia, nas angústias da população brasileira e no discurso dos governantes. É, assim, interessante observar a violência estrutural, pois ela se encontra incorporada ao cotidiano da sociedade brasileira, Safiotti (1997).
A VIOLÊNCIA ESTRUTURAL - VIOLÊNCIA BRANCA
A violência estrutural vem sendo definida como aquela violência que se origina nas estruturas sociais e econômicas desiguais e injustas, reproduzindo-se através delas. Falamos aqui da violência da pobreza, da miséria e da desigualdade onde as vítimas são coletivos humanos e os agressores são indefinidos, despersonalizados e desmaterializados.
Mas falamos também das diferentes formas de discriminação e preconceito que se enraízam nas relações sociais. É muito mais sutil, porque não 'salta à vista', passa despercebida como se apenas resultasse da 'ordem natural das coisas', não da ação humana intencional" (ARANHA, 1997).
Vivemos muitas dessas violências em nosso dia-a-dia. Como podemos identificá-las?; Vejamos alguns exemplos: para a forma como nossa sociedade vem funcionando:
- Por um lado, há um desperdício total de comida enquanto muitas pessoas reviram os lixos à procura de restos de alimentos.
- Carros blindados quase vazios convivem no trânsito de nossas metrópoles com os ônibus abarrotados e pessoas saindo pela porta, metade dentro metade fora.
- Mansões de oito, dez quartos para três ou quatro pessoas, enquanto barracos sem água nem esgoto abrigam cinco, seis crianças e seus pais.
- Salários exorbitantes para jogadores de futebol, para gerentes de multinacionais e salários baixos para a grande maioria.
- Desemprego, habitação ruim, transporte inadequado, escola desmotivada, sistema de saúde inoperante, comida escassa.
A VIOLÊNCIA SIMBÓLICA
Para os sociólogos franceses Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron, a raiz da violência simbólica estaria presente nos símbolos e signos culturais, especialmente no reconhecimento tácito da autoridade exercida por certas pessoas e grupos de pessoas. Deste modo, a violência simbólica nem é percebida como violência, mas sim como uma espécie de interdição desenvolvida com base em um respeito que "naturalmente" se exerce de um para outro.
Como exemplo:
1. A atitude professoral, a qual pressupõe o uso legitimado de estratégias punitivas em relação aos alunos (como reprovações e castigos) que não se enquadram nos moldes sociais da instituição escolar.
2. No mundo adulto, pela manipulação ideológica que obriga à adesão sem críticas das consciências e das vontades, de modo que o indivíduo acredite estar pensando e agindo por sua própria intenção.
A VIOLÊNCIA PASSIVA
Ocorre todas as vezes que deixamos de agir para evitar sofrimentos o salvar vidas.
Por exemplo:
1. Se o motorista que provoca um acidente de trânsito e alega na ter causado danos voluntariamente, mesmo assim convém saber se não houve descuido ou imprudência da parte dele.
2. Altos índices de acidentes de trabalho, que em geral resulta do não cumprimento das normas de segurança.
3. Uma empresa que não cumpre a obrigatoriedade de comprar um filtro para impedir a poluição atmosférica, sua omissão é prejudicial a saúde da população circunvizinha.
A VIOLÊNCIA EXTREMA
- O extermínio
- A guerra
- Massacre e genocídio
- Terrorismo.
OUTROS TIPOS DE VIOLÊNCIA
VIOLÊNCIA FÍSICA
É o uso da força com o objetivo de ferir, deixando ou não marcas evidentes. São comuns, murros, estalos e agressões com diversos objetos e queimaduras.
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA (OU AGRESSÃO EMOCIONAL)
É tão ou mais prejudicial que a física, é caracterizada pela rejeição, depreciação, discriminação, humilhação, desrespeito e punições exageradas.É uma violência que não deixa marcas corporais visíveis, mas emocionalmente provoca cicatrizes para toda a vida.
Existem várias formas de violência psicológica, como a mobilização emocional da vítima para satisfazer a necessidade de atenção, carinho e de importância, ou como a agressão dissimulada, em que o agressor tenta fazer com que a vítima se sinta inferior, dependente e culpada.
A atitude de oposição e aversão também é um caso de violência psicológica, em que o agressor toma certas atitudes com o intuito de provocar ou menosprezar a vítima. As ameaças de mortes também são um caso de violência psicológica.
VIOLÊNCIA VERBAL
É uma forma de violência psicológica. A violência verbal normalmente é utilizada para oportunar e incomodar a vida das outras pessoas.
Pode ser feita através do silêncio, que muitas vezes é muito mais violento que os métodos utilizados habitualmente, como as ofensas morais (insultos), depreciações e os questionários infindáveis.
VIOLÊNCIA SEXUAL
Violência na qual o agressor abusa do poder que tem sobre a vítima para obter gratificação sexual, sem o seu consentimento, sendo induzida ou obrigada a práticas sexuais com ou sem violência física.
A violência sexual acaba por englobar o medo, a vergonha e a culpa sentidos pela vítima, mesmo naquelas que acabam por denunciar o agressor, por essa razão, a ocorrência destes crimes tende a ser ocultada.
NEGLIGÊNCIA
A negligência é o ato de omissão do responsável pela criança/idoso/outra (pessoa dependente de outrem) em proporcionar as necessidades básicas, necessárias para a sua sobrevivência, para o seu desenvolvimento. Os danos causados pela negligência podem ser permanentes e graves.
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