25/08/2010 - 07h00
Os dias sucessivos de baixa umidade do ar já colocam parte do Estado de São Paulo em situação de emergência. Ararinha, Franca, Votuporanga e Barra Bonita, no interior de SP, registram índice de umidade relativa do ar de 11%, nível similar ao do deserto do Saara (entre 10% e 15%). Na capital, a taxa fica em 17%.
Nessa faixa do alerta, a recomendação da Organização Mundial de Saúde é evitar aglomerações e interromper qualquer atividade ao ar livre no período entre 10h e 16h.
Crescem os riscos de problemas de saúde como alergias, pneumonia, arritmia cardíaca e até enfarte.
A situação de emergência (em que a taxa de umidade relativa do ar é de 12% ou menos) era registrada ontem em seis das 27 estações do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) espalhadas pelo território paulista. A pior taxa foi registrada na estação de Pradópolis (no nordeste do Estado, perto das cidades de Ribeirão Preto e Sertãozinho), com umidade de 10%, equivalente à do deserto do Saara.Quinze das demais estações estão em estado de alerta e seis em atenção.São Paulo só deverá ter alívio a partir da próxima segunda-feira, quando uma frente fria deve avançar sobre o centro-sul e o leste do Estado na segunda-feira, com chances de chuva fraca.Chuvas mais fortes, que devem elevar a umidade do ar a níveis saudáveis (acima de 60%), só devem acontecer a partir da segunda quinzena de setembro.
POLUIÇÃO
Ontem, a umidade relativa do ar na cidade de São Paulo, medida em Santana (zona norte), ficou em 16% -- na faixa de alerta, segundo a OMS.Na capital paulista -- onde os prontos-socorros, principalmente os que atendem crianças, estão lotados -- a situação fica bem mais grave por causa da poluição.
Na estação de medição da Cetesb instalada no parque Ibirapuera, por exemplo, o ar está inadequado, por causa da forte poluição, desde a última sexta-feira."A baixa umidade do ar causa desconforto, é verdade. Mas é mais provável que a ardência nos olhos que as pessoas estão sentindo na cidade seja efeito do ozônio", diz Nelson Gouveia, médico e pesquisador da USP.Em Brasília, a situação é ainda pior do que a das cidades paulistas. A umidade do ar chegou a 7%.
SAÚDE
O ar seco causa alergias, irritação nos olhos, ressecamento da pele, hemorragia nasal, asma, tosse, irritação na garganta, rinite, bronquite e até pneumonia. Além disso, facilita o aumento da pressão arterial, o que, somado a outros fatores, pode aumentar risco de enfarte e derrame.
Hoje, a Secretaria Municipal da Educação de São Paulo publica um comunicado no "Diário Oficial" em que recomenda aos diretores das escolas municipais que cuidem da saúde dos alunos nestes dias de ar seco e cancelem atividades ao ar livre. Em São Paulo, 14 das 21 estações do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) que medem a umidade do ar estão atualmente desligadas, em manutenção.
O CGE, no entanto, diz que não fazem falta porque as estações do Inmet e dos aeroportos de Congonhas, do Campo de Marte e de Guarulhos são mais precisas.
Veja como amenizar os efeitos do clima seco para a saúde
FONTE: FOLHA.COM
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